Mais um Natal…

[M]ais um Natal… Esta é uma época em que se cos­tu­mam jun­tar as famílias, voltar às ori­gens, muitas vezes no inte­ri­or do país, onde o frio aper­ta e só apetece estar à vol­ta da lareira ou do fogão a lenha. Sei dis­to porque pas­sei muitos na ter­ra natal do meu pai, uma vila paca­ta e pitoresca chama­da Côja, no con­cel­ho de Arganil, a uns meros 30km de uma out­ra aldeia muito con­heci­da, o Piódão.

Vistal ger­al de Côja

Côja é um sítio de uma tran­quil­i­dade demasi­a­do estran­ha para as pes­soas habit­u­adas ao reboliço da cidade. Bas­ta ficar aten­to para se ouvir ape­nas o chilrear das aves canoras, do gras­nar dos cor­vos nas matas cir­cun­dantes, o barul­ho do ven­to nos pin­heiros e as águas cor­rentes da Ribeira da Mata.

Esta ribeira é um cur­so de água que nasce na Fra­ga da Pena, bem den­tro da pais­agem pro­te­gi­da da Ser­ra do Açor, ini­cian­do o seu per­cur­so numa das mais altas cas­catas de Por­tu­gal, com 20 met­ros de altura. As águas são cristali­nas e mes­mo no Verão tão fres­cas que parece que estão a sair do frig­orí­fi­co, boas para matar a sede.

Cas­ca­ta da Fra­ga da Pena

Esta ribeira, ape­sar de ter muitas partes do seu per­cur­so até ao Rio Alva sec­os durante o Verão, é ali­men­ta­da por inúmeras nascentes, pelo que há sem­pre água a desaguar no Alva. É tam­bém esta água que serve para regar os ter­reno agrí­co­las que a ladeiam em todo o vale da Côja.

Côja é daque­les sítios quase esque­ci­dos pelo pro­gres­so, em que os pré­dios e as ruas pouco mudam, emb­o­ra, quan­do acon­tece, a mudança é rad­i­cal. É vila des­de 1260 e já foi um grande agre­ga­do pop­u­la­cional (em 1849 tin­ha 7091 habi­tantes), enquan­to ago­ra não pas­sa dos 1700.

É um dos sítios onde ten­ho ido pouco, mas gos­to sem­pre de lá voltar. O ar puro nota-se no cheiro e na fres­cu­ra de cada inspiração.

Espero que não mude muito, pois gostaria de aproveitar a tran­quil­i­dade de que ofer­ece muito mais vezes.

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